Autonomia alimentar infantil: você sabe o que é?
A autonomia alimentar é uma prática que estimula o desenvolvimento de habilidades motoras nas crianças. Entenda mais sobre o assunto e como introduzi-la a seu filho
Tempo de Leitura
5 minuto(s)
Data
09/08/2022
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Você está sabe o que significa autonomia alimentar? Alguns pais e cuidadores já sabem sobre os alimentos certos que as crianças devem comer diariamente para terem um crescimento e desenvolvimento saudável. Mas isso não basta quando o assunto é alimentação saudável.
A autonomia alimentar é um dos hábitos alimentares saudáveis que são adquiridos durante os primeiros anos de vida. O termo pode parecer diferente, mas apenas se trata do ato da criança comer sozinha a fim de desenvolver habilidades.
Simples ou não, essa prática traz diversos benefícios para a vida da criança até sua fase adulta. Entenda quando e como deve-se iniciar esse hábito e de qual forma ele pode contribuir para a saúde do seu filho.
Por que estimular a autonomia alimentar nas crianças?
A Organização Mundial da Saúde (OMS), a Academia Americana de Pediatria (AAP), o Fundo das Nações Unidas para a Saúde (UNICEF) e o Ministério da Saúde são unânimes em escolher a prática da autonomia alimentar como a melhor forma de aprender a se alimentar corretamente na infância.¹⁻²
Deixar que seu pequeno coma sozinho irá contribuir de forma positiva para o desenvolvimento dele em relação à alimentação e ao estilo de vida que ele terá em sua vida. Este hábito torna a criança protagonista desses momentos tão prazerosos do dia, que são as refeições. Ela passa a se envolver com essa atividade e evita distrações que prejudicam a alimentação. Porém, cada etapa desse processo precisa acontecer no momento certo.³
Como saber se a criança está pronta para comer sozinha?
A partir de uma determinada idade, a criança começa a apresentar alguns sinais que mostram que ela está pronta. Os pais, com auxílio do pediatra, já podem estimular a criança se alimentar sozinha nessa fase. Primeiramente, as mamães e os papais devem ficar atentos aos sinais que mostram que esse momento já chegou.
O principal sinal é o fato do pescoço e o tronco estarem firmes, permitindo que o bebê consiga se sentar reto sem ou com pouco apoio. Outra indicação que a criança está pronta para comer sozinha é quando ela demonstra interesse por alimentos, tentando pegá-los com as mãozinhas. Estes são o sinal verde para que seu filho dê partida no descobrimento do universo de texturas e consistências dos alimentos.⁴
Não deixe de respeitar este tempo correto e lembre-se que ele é individual. Muitas vezes, oferecer um alimento no momento errado faz com que a criança leve isso como uma experiência negativa e então, passe a recusar este mesmo alimento futuramente.
“Meu filho está pronto. Como começar? ”
Algumas técnicas estimulam a criança a se alimentar sozinha. Separamos para você estratégias que podem dar aquele “empurrãozinho” para seu filho aderir a esse hábito:
- Alimentar a criança pequena e deixá-la assistir as mais velhas comerem sozinhas: um bom exemplo é fundamental para que ela queira seguir;
- Alimentar pacientemente e encorajar a criança a comer, mas não a forçar;
- Se a criança recusar muitos alimentos, experimentar diferentes combinações de alimentos, gostos, texturas e métodos que a deixe animada para comer;
- Evitar distrações durante as refeições: televisões, tablets e celulares desligados nesse momento;
- Fazer das refeições uma oportunidade de aprendizado e amor: falar com a criança durante a alimentação e manter contato olho a olho.⁹
Por que deixar a criança pegar os alimentos com a mão?
Comer é uma experiência que envolve os sentidos, como o tato. Os alimentos têm diferentes texturas a serem exploradas nessa fase de descobrimento. Quando a criança pega o alimento com as próprias mãos, ela torna-se mais confortável e pronta para comê-lo. Permita que ela se lambuze e se delicie com sua comidinha.
No primeiro mês de vida, o bebê começa a evoluir os movimentos de suas mãozinhas. Assim, surge o reflexo das palmas das mãos e ele se aprimora com os estímulos feitos ao tentar alcançar objetos, como os brinquedos e a comida. Por volta dos 5 aos 6 meses, o bebê já consegue agarrá-los com todos os dedos. Já a partir do sétimo mês, pode tocar pequenos objetivos usando apenas o dedo indicador.⁵⁻⁷⁻⁸
Com 7 ou 8 meses, o bebê torna-se capaz de segurar pequenos alimentos com o dedo indicador e o polegar. Esta habilidade é conhecida como movimento de pinça. E finalmente, entre 8 e 10 meses, ele terá a capacidade de comer plenamente com suas mãozinhas, especialmente pequenos alimentos.⁵⁻⁷⁻⁸
Já ouviu a expressão “finger foods”? Ela se refere a pequenos alimentos que cabem nos dedinhos da criança. São ótimos para estimular as habilidades motoras e devem ter tamanhos, formatos e consistências adequados, sem oferecer risco de engasgos.⁵⁻⁷⁻⁸
São exemplos de finger foods adequados para esta fase:
- Frutas maduras e macias cortadas em quadradinhos;
- Tiras de legumes ou carnes, bem cozidos e macios;
- Ovos mexidos e bem cozidos.
Até mesmo bebês que ainda não têm dentes podem comê-los, pois eles costumam amassar com as gengivas os alimentos em pedaços menores.
Ao proporcionar oportunidades para a criança desenvolver suas habilidades motoras, ela atinge sua autonomia alimentar, que resulta em um laço positivo entre o cuidador, o bebê e o alimento. Isso favorece o desenvolvimento da saúde e bem-estar ao longo da vida. É responsabilidade do cuidador ser sensível aos sinais da criança e aliviar tensões durante a alimentação, além de torná-la prazerosa; enquanto é papel da criança expressar os sinais de fome e saciedade com clareza e ser receptiva ao cuidador.⁹
Seu filho está pronto para a autonomia alimentar? Fique atento aos sinais!
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